Close

24/08/2017

Spinner é bom para crianças com autismo?

Spinner

spinner

Em todo lugar que você vai, é comum encontrar uma criança brincando com o spinner, aquele objeto com um eixo central que gira por muito tempo enquanto se segura no centro dele. Por isso, muitas mães e pais vieram me perguntar se este tipo de brinquedo pode ajudar no desenvolvimento de crianças com autismo.

Fui buscar a resposta com a psicóloga e professora Larissa Lacerda, que realiza trabalhos com crianças com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) há 5 anos, no estado do Maranhão.

Formada pela Universidade Federal do Maranhão e pós-graduada em análise de comportamento aplicada à intervenção no atraso do desenvolvimento, Larissa nos contou que sim, o spinner já é utilizado como um recurso auxiliar em prol do desenvolvimento em algumas atividades para crianças com autismo.

O trabalho da psicóloga é baseado em intervenções fundamentadas na análise de comportamento. Sendo assim, é feita uma avaliação inicial da criança, para verificar quais as habilidades ela precisa desenvolver (como linguagem, socialização, lazer etc.) e o que, de fato, está atrapalhando o seu aprendizado.

É nesse trabalho que entra o spinner, como um elemento capaz de gerar um efeito “tranquilizante” para as crianças com TEA.

Leia também: Novos tratamentos para autismo

Como o spinner é utilizado nas atividades

Na prática, foram encontradas duas utilidades para o spinner nas intervenções com crianças com autismo, de acordo com a psicóloga. A primeira aplicação foi utilizar o brinquedo enquanto a criança espera por algo: como por exemplo no intervalo entre duas atividades, em filas ou no trajeto do carro. São situações que um indivíduo com TEA poderia se sentir incomodado e impaciente e, de certa forma, esse tempo é reduzido quando ele está brincando com o spinner.

No segundo caso, o spinner ou fidget spinner, como também é conhecido, ajuda na socialização, ou seja, na aproximação dela com os colegas, já que muitas crianças se divertem com este tipo brinquedo. “O spinner tornou-se um interesse em comum entre as crianças e, assim, pode-se trocar, interagir e conversar com mais facilidade”, esclarece Larissa Lacerda.

Cuidados com o uso do spinner

O comportamento de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista é bastante específico para cada caso e, assim como os demais brinquedos, deve haver uma limitação no tempo destinado ao uso do spinner – para que este não concorra com outras atividades importantes.  “É sempre importante tomar cuidado com excessos, independentemente do tipo de objeto ou atividade”, recomenda a psicóloga.

E quando falamos sobre as crianças com autismo, a tentativa de inserir novas atividades na rotina é sempre bem-vinda. Porém, é importante salientar que se deve respeitar os interesses individuais, já que algumas crianças podem simplesmente não gostar do spinner ou preferir outras práticas, como brinquedos de montar ou jogos eletrônicos.

Por isso, o ideal é procurar sempre atividades que tragam mais conforto. Logo, o spinner não deve ser entendido como a solução definitiva para qualquer problema relacionado ao estresse ou ansiedade e, sim, como uma ferramenta dentro de um conjunto de estratégias para ajudar no ensino de determinada habilidade.

Os pais também devem prestar atenção às habilidades da criança com o spinner, já que às vezes ela pode ainda não ter a coordenação motora necessária para manusear ou segurar o objeto de maneira adequada, independente do grau de autismo que possui. Neste caso, a premissa básica é ir observando quais são os brinquedos mais adequados em cada faixa etária e, em caso de dúvidas, consultar a equipe profissional.

Com tudo isso, podemos dizer que o spinner e outros tipos de brinquedo podem ser buscados pelos próprios pais como uma oportunidade de maior interação entre eles e seus filhos. Mais importante que o próprio objeto em si, o que vale é a organização de uma rotina que mescle espaços de interação entre pais e filhos, horários para atividades da escola, terapias, esportes e demais interesses, sem que esses prejudiquem a criança em seu processo de crescimento.

Agradecemos a psicóloga Larissa Lacerda pelos esclarecimentos e esperamos que tenham gostado do assunto! Aliás, temos muitos outros textos falando sobre esportes e atividades físicas para crianças com autismo! CLIQUE E VEJA AQUI.

Ah, e se quiser sugerir algum tema para nosso blog, deixe aqui seu comentário e aproveite para compartilhar nossas notícias em suas redes sociais!

Obrigado e até breve!

Leia mais: Atividade física pode reduzir estereotipias

2 Comments on “Spinner é bom para crianças com autismo?

Bruce Banner
12/01/2021 em 09:26

A internet hoje em dia ajuda muito com informações e leva
as pessoas aos lugares que elas nunca imaginaram, mas
existem alguns artigos na internet que são pura perda de
tempo. Posso dizer que seu artigo ajudou muito e também
é extremamente útil. Obrigado pela informação e
compartilhado no meu facebook.

Responder
Tiago Toledo
13/01/2021 em 19:14

Muito obrigado 😍

Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *